Sábado, 31 de Agosto

Por vezes pergunto-me se a minha mãe terá sofrido de morte cerebral. Depois há dias em que sei que sim.
Como hoje.
O drama começou esta manhã, quando perguntei casualmente se ela me compraria um iPhone daqueles que fazem quase tudo. Eu considero-o uma necessidade vital, logo a seguir ao oxigénio.
No ano passado, parecia que era a única aluna na escola inteira a não ter um. Portanto, comprei um telemóvel mais antigo, superbarato e usado no eBay.
Era maior do que eu queria, mas achei que não poderia errar ao preço de saldo de apenas 12.99 Euros.
Guardei o telemóvel no cacifo e disse a toda a gente que me podia ligar com mexericos suculentos para o meu telemóvel novo.
A cena mais importante que aprendi no ano passado foi que ter um telemóvel fatela - ou nenhum - pode estragar completamente a vida social. E por isso é que eu estava a chatear a minha mãe para me comprar um iPhone.
Tentei poupar dinheiro para um, mas era impossível. Principalmente por ser artista e completamente fanática pelo desenho!
Caraças, estou tão tesa que até pago os batidos do McDonald's às prestações.
Quando a minha mãe chegou a casa do centro comercial com uma prenda 'regresso às aulas' eu tinha a certeza absoluta do que era...
Desliguei mais ou menos da tagarelice da minha mãe por estar a sonhar acordada...
Quando a minha mãe finalmente acabou o discurso abraçou-me e deu-me um livro.
Abri-o rapidamente e folheei-o a pensar que teria lá escondido um telemóvel.
Mas apercebi-me que a minha mãe não me tinha comprado um telemóvel, apenas um livro estúpido - ou seja um diário-.                                                                  -.-'
Só uma completa totó seria apanhada a escrever num diário!
Entretanto não vou escrever mais neste diário...